“Por isso, nossa emancipação não deixou de ser particular e trivial. Se o movimento foi liberal, porque rompeu com a dominação colonial, mostrou-se conservador ao manter a monarquia, o sistema escravocrata e o domínio senhorial. Além do mais, se o processo de emancipação foi deflagrado pela vinda da corte, o que explica o formato final é o movimento interno de ajustamento às pressões de dentro e de fora, e principalmente um processo de substituição das metrópoles: (…) Por outro lado, se uma nova unidade política foi implantada, prevaleceu uma noção estreita de cidadania, que alijou do exercício da política uma vasta parte da população e ainda mais do extenso contingente de escravizados. Com isso, noções bastante frouxas de representatividade das instituições políticas se impuseram, mostrando como a independência criou um Estado mas não uma Nação.” (Brasil: Uma biografia. Lilia M. SCHWARCZ e Heloísa M. STARLING, Cia. das Letras, São Paulo, 2015, pág. 222)

 

199 anos se passaram e as grandes contradições do Brasil continuam essencialmente as mesmas. Uma Nação que se quer independente tem que assumir o compromisso inabalável com a erradicação da pobreza, da marginalização e das desigualdades sociais e regionais. Só um país socialmente justo e inclusivo pode se considerar verdadeiramente emancipado.

 

Nesse 7 de setembro, Nicoliello, Viotti e Viotti renova o seu voto de proteger e defender os valores democráticos, as instituições republicadas, a ciência,  a cidadania, os socialmente vulneráveis, as trabalhadoras e trabalhadores do Brasil. Que o futuro nos reserve a autêntica independência e soberania.